Descrição
«Há na música uma dupla complicação, geradora de problemas metafísicos e de problemas morais, que alimenta continuamente a nossa perplexidade. Por um lado, a música é simultaneamente expressiva e inexpressiva, séria e frívola, profunda e superficial. Tem sentido e não tem sentido. Será a música um divertimento sem importância? Ou antes uma linguagem cifrada, como o hieróglifo de um mistério? Ou talvez ambas as coisas? Mas esse equívoco essencial tem também um aspeto moral: há um contraste desconcertante, uma desproporção irónica e escandalosa entre o poder encantatório da música e a profunda inevidência da beleza musical.»