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Santiago e o Prazer da Leitura

Ai, que prazer, ter um livro para ler… E lê-lo de pé, enquanto se espera pela abertura da livraria Casa del Libro. Santiago lê nada mais nada menos que “O Prazer da Leitura” de Marcel Proust. Escrito para o prefácio de Sésamo e Lírios de John Ruskin, este texto apresenta os pontos de vista de Proust sobre o lugar que os livros devem ocupar na actividade criativa e o seu papel limitado, mas insubstituível, na vida.

“Na leitura, a amizade é subitamente reduzida à sua primeira pureza.”

“Não há talvez dias da nossa infância que tenhamos tão intensamente vivido como aqueles que julgámos passar sem tê-los vivido, aqueles que passámos com um livro preferido.” Proust

11716019_10152941185251931_1786865497_nLocal da fotografia: Passeig de Gràcia, Barcelona. Por Edite Amorim, a quem agradecemos a recordação.

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Hugo Mamede e o Barão

“Chego a este livro depois ter visto a magnífica adaptação para cinema de O Barão, realizado por Edgar Pêra e protagonizado por um assombroso Nuno Melo, num dos melhores papéis em que alguma vez o vi. O fascínio foi tão grande que fui a uma livraria pedir de encomenda o texto original, escrito por Branquinho da Fonseca, nome que ninguém tem e que me soa a fantasma ou a caiador de paredes, sei lá, acontece apenas que o nome passou a estar-me na ponta da língua e quero obrigar todos os meus amigos a lê-lo.

O Barão é um conto sobre um inspector de escolas da instrução primária que se vê escravo do trabalho, não gosta do que faz apesar do prestígio, e ainda por cima é obrigado a viajar por todo o lado quando o que precisa é de estar quieto num sítio. Numa viagem de trabalho a uma aldeia recebe a imensa hospitalidade do Barão, um homem rico exilado na sua grande propriedade, e que será talvez um seu semelhante em solidão, que vive no sedentarismo e monotonia tão cobiçados e que é uma figura de enorme extravagância e palavras autoritárias, quase como um déspota ou um tirano desesperado por alguém com quem conversar. Sem dar por isso o inspector vai-se deixando apoderar pelo Barão durante a noite alucinada que aceita passar em sua companhia, obrigado a ouvir confidências incríveis, às vezes marcadas por um grande sentimentalismo, às vezes por tiradas políticas que roçam a irresponsabilidade. A noite avança e o Barão vai-se assemelhando cada vez mais a uma figura paranormal, quando afirma de maneira enigmática que nunca come, só bebe, quando através da visão perturbada pelo álcool o inspector começa a ver nele uma fantasmagórica criatura que por um bocadinho não se revela um vampiro ou um monstro qualquer de uma história fantástica pronto a derramar sangue. Mas isto nunca mais acontece, e a nossa ansiedade cresce porque parece uma inevitabilidade face a tão estranho e necessitado homem.

A noite dos dois acaba por se transformar numa espécie de pesadelo embrenhado nas névoas do álcool, que a escrita tão límpida e castiça faz o favor de sublinhar. E no fim de contas o Barão pode ser o monstro sanguinário por revelar ou o romântico infantil caído numa extrema solidão. E assim fica o inspector ao serviço do Estado num desnorteamento de não lhe ser permitido usar da razão para avaliar a sua situação, já que não consegue rejeitar a hospitalidade do Barão nem fazer-lhe ver que a sua postura excêntrica o perturba. Ficam os dois reduzidos ao mínimo que há em cada um deles, a sua humanidade possível.

Uma maravilha.”

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Hugo Mamede, 25 anos, contista, revisor, comunicador, flâneur.

Local da fotografia: Cinemateca Portuguesa

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Escalas do Levante, Amin Maalouf

De Constantinopla a Alexandria, passando por Esmirna, Adana ou Beirute, o Levante, ponto de passagem entre o Ocidente e o Oriente, foi durante muito tempo um lugar onde conviviam línguas, costumes e crenças. Levante de levant, de levantar, de sol nascente, de berço de religiões, de civilizações, de paixões, mas também de ódios. Um universo precário a que a História lentamente deu forma antes de o demolir, quebrando, de passagem, inúmeras vidas.

Este é o Levante da História e o Levante que Maalouf nos traz. O protagonista deste romance, Ossyane, é um desses homens a quem a História universal muda a história pessoal. A agonia do Império Otomano, as duas guerras mundiais e as tragédias que, ainda hoje, dilaceram o Médio Oriente, foram moldando a sua existência. Pacientemente, ele recorda ao longo do livro a sua infância principesca, a avó demente, o pai revoltado, o irmão desonrado, a sua estada em França sob a ocupação nazi, os anos da Resistência, o encontro com a sua amada fugitiva, Clara, os seus momentos de fervor, de heroísmo e de sonho e o regresso ao seu Levante. Mas depois veio a guerra israelo-árabe e com ela o ódio, os muros, as fronteiras aparentemente intransponíveis, físicas e psicológicas.

Este é um livro belo, escrito com paixão e empatia, do qual emana um grito de paz, apelando à necessidade de cada sujeito, judeu ou muçulmano, colocar o outro na posição de espelho de si mesmo. Mostra-nos também a necessidade de o Homem ser superior à sua cultura e que as relações humanas são mais importantes do que os vínculos históricos.

O livro As Escalas do Levante está disponível para venda na Flâneur: http://flaneur.tictail.com/product/escalas-do-levante

 

 

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Cristiana Afonso e a Senhora Clap

“A Senhora Clap e o Mundo na Palma das Mãos” é a estória de uma investigadora de aplausos, mestre em Aplausologia, que guarda nas mãos a emoção de um aplauso sentido e transparente. Se por estes dias tiverem vontade de comprar um livro, comprem este. Porque cada palavra se agarra ao coração e fica lá dentro a sorrir. Sintam só:

“Aquelas palmas, tão sinceras e sentidas, chegavam como seiva, também a quem não estava no palco. Chegavam aos bastidores, aos camarins, aos autores, aos figurinistas e cenógrafos, aos electricistas, aos sonoplastas, aos bilheteiros e arrumadores, a todos; como se todos fossem um só coração gigante, convergente e feliz. Chegada a casa, uma vez mais sem sono e absolutamente rendida ao teatro, a Senhora Clap anotou:
252. As palmas chamam pelas pessoas. No teatro nota-se mais.
253. Nunca devemos conter a vontade de bater palmas.
254. Apesar de não ser habitual, podemos bater palmas no cinema.
255. As palmas, muitas vezes, também são para quem não está visível.”
Acho que não estarei enganada ao pensar que cada um de vocês que chegar à última página do livro desatará num aplauso imenso, de mãos e olhos abertos, na certeza de que faltava um texto assim. Faltava que alguém ousasse falar de palmas como quem fala de amor porque, diz a Senhora Clap, “amar é bater palmas” e como é que poderia não ser assim?
É vosso também. Façam o favor de aplaudir.

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Cristiana Afonso, 26 anos, assessora de comunicação

Local da fotografia: Café Progresso

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Ricardo Andrade e o Mundos Distantes

“Ficção especulativa; sempre foi de onde sairam meus livros preferidos. Já tive minha fase de querer ler tudo do Isaac Asimov, Arthur Conan Doyle, Margareth Weiss e hoje estou no aguardo do próximo livro de Patrick Rothfuss e em paralelo diálogo com o Geoge R. R. Martin. Não que os autores anteriores, e outros tantos, tenham perdido meu interesse, mas, como todo leitor, sou meio turista de mundos e colecionador de lembranças de fatos que vivi pela leitura.
As estórias de Mundos Distantes 1 são exatamente destinadas a turistas e colecionadores do fantástico. Você experimenta mundos diferentes, distantes como diz o título, sendo rapidamente transportado para novos ambientes e novos personagens – sem sair da perspectiva da ficção fantástica ou científica.
Mundos Distantes 1 apresenta quatro universos diferentes: começa em um pub, onde se encontra um irlandês forjado pela guerra; em seguida, dois aventureiros enfrentando um escaldante deserto são acompanhados de perto; depois, viaja-se até um futuro espacial com mistérios a serem desvendados pelo protagonista investigador; e, por fim, atravessa-se um território inóspito, porém mágico, destinado a ser explorado por um decadente rei. Cada conto é escrito por um autor diferente.
De um lugar onde as coisas são resolvidas no fio da espada, percorri um deserto escaldante com beduínos, passei por uma trupe maltrapilha na qual se percebia ter algo de nobre e acabo em uma estação espacial com seres diferentes, em um sabor aproximado ao de Star Wars, nesse sentido.”

Ricardo Sodré Andrade, 32 anos, estudante que imagina ser várias coisas, dependendo do livro que estiver a ler.

O local: Jardins do Palácio de Cristal, o sítio de que mais gosta no Porto, cidade onde escolheu viver há dois anos.

O livro do Ricardo pode ser comprado aqui: Flâneur

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Patrícia Moreira e a Nobreza de Espírito

“A Nobreza de Espírito é certamente um dos mais notáveis e especiais livros que podemos ler e sinto que é nosso dever enquanto pessoas partilhá-lo com os outros. Este tratado filosófico, ao alcance de todos, foi escrito pelo filósofo holandês Rob Riemen e é um guia para nos orientar entre os grandes problemas políticos, culturais e sociais do nosso tempo e até da nossa condição humana. Partindo da ética e da nobreza de espírito na vida e na obra de Thomas Mann, Espinosa, Goethe e Walt Whitman, Rob Riemen apresenta-nos a vida como uma demanda da verdade, do amor, da beleza e da liberdade. «É a vida como a arte de nos tornarmos humanos através do culto da alma humana», escreve Riemen. E como podemos alcançar a nobreza de espírito, a dignidade humana? Para Thomas Mann «somente a educação liberal, a ética, a religião e a arte nos podem guiar nessa demanda». Para Espinosa a «verdadeira felicidade só pode existir na sabedoria e conhecimento a respeito pela verdade e esse conhecimento só pode ser alcançado através do intelecto humano».
Rementendo-nos para a afirmação de Marx de que «não basta interpretar o mundo, é necessário transformá-lo», Rob Riemen defende na sua Nobreza de Espírito que «não basta interpretar o mundo, nem sequer transformá-lo; antes de começarmos pelo mundo, devemos começar por nós».
E podemos começar com a leitura deste livro.”

Patrícia Moreira
Local da fotografia: Jardim das Virtudes, o seu sítio favorito no Porto.

O livro da Patrícia pode ser comprado aqui: Flâneur

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A Cruzada das Crianças, Afonso Cruz

Não se sabe se esta estória é uma lenda ou se é verdadeira História. Mas ainda que não existam documentos fidedignos sobre ela, não é por isso que perde valor e que não merece ser contada. A Cruzada das Crianças terá sido uma cruzada que se realizou em 1212, formada por uma multidão de crianças da Europa Central e pelos seus pais. A Cruzada terá partido de Marselha em 1213, motivada não tanto pela conquista da Terra Santa, mas sobretudo pela vitória da pureza ética das crianças. No entanto, cerca de cem navios terão naufragado no Mediterrâneo e não se sabe ao certo quantos terão chegado efectivamente à Terra Santa, nem o que aconteceu às crianças e às suas famílias.

No livro “A Cruzadas das Crianças” (Alfaguara), Afonso Cruz parte da lenda ou da História para dar voz às reivindicações das crianças que, actualmente, se rodeiam de cansaço, de falta de tempo, de individualismo (é assim a sociedade dos adultos e se não lutarmos por uma mudança, esta é uma engrenagem da qual um dia farão também parte), propondo a criação de novo mundo, mais harmonioso e mais humano.

E que reivindicações são essas? Que as estradas sejam encurtadas para os avós não demorarem tanto tempo a percorrê-las e para que possamos estar todos mais “abraçados”. Mais felicidade, acreditanto que as bibliotecas podem ter um papel crucial na realização desse sonho. Que se substituam os espelhos por janelas, para em vez de olharmos para o nosso exterior, passemos a olhar para as outras pessoas. À excepção da Assembleia da República, onde devem manter-se as janelas e os espelhos; janelas para os políticos “verem o que se passa connosco” e espelhos para “verem de quem é a culpa”.

Este é um livro bonito, que merece a leitura de crianças e de adultos. Deixo um pequeno excerto do momento em que a Cruzada passou pelo banco:

“Criança 1: Para terem cofres desse tamanho não podem ter só dinheiro.
Bancário: Bom, há títulos e…”
(…)
Criança 2: Não há qualquer coisa importante? (…) Como ser feliz. Como fazer construções na areia. Como brincar às escondidas.
(…)
Bancário: O dinheiro permite-nos comprar coisas que nos fazem felizes.
(…)
Criança 1: Se o senhor abrir o cofre, as pessoas podem ser todas felizes, cheias de brinquedos?
(…)
Bancário: O trabalho é essencial para se ter acesso ao conteúdo do cofre.
(…)
Criança 1: Para ser feliz é preciso trabalhar? Mesmo que isso nos faça infelizes o tempo todo? É que depois de sermos infelizes durante o dia todo, já não temos tempo para brincar.”

Pelas crianças e pelos adultos, procuremos  criar uma sociedade fundada no amor, na tolerância, na liberdade de escolha, na igualdade de oportunidades, na entre-ajuda, no conhecimento e no saber. Parece uma utopia? Antes a utopia do que a desumanização. É a utopia que nos faz evoluir.

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17 poemas haiku de Jorge Luis Borges

Logo depois da sua viagem ao Japão, o escritor argentino Jorge Luis Borges publicou no seu livro “La cifra” 17 poemas haiku que compôs em 1981.

O haiku é um poema tradicional japonês composto de dezassete sílabas e três versos.

 

Diecisiete haiku

Algo me han dicho
la tarde y la montaña.
Ya lo he perdido.

La vasta noche
no es ahora otra cosa
que una fragancia.

¿Es o no es
el sueño que olvidé
antes del alba?

Callan las cuerdas.
La música sabía
lo que yo siento.

Hoy no me alegran
los almendros del huerto.
Son tu recuerdo.

Oscuramente
libros, láminas, llaves
siguen mi suerte.

Desde aquel día
no he movido las piezas
en el tablero.

En el desierto
acontece la aurora.
Alguien lo sabe.

La ociosa espada
sueña con sus batallas.
Otro es mi sueño.

El hombre ha muerto.
La barba no lo sabe.
Crecen las uñas.

Esta es la mano
que alguna vez tocaba
tu cabellera.

Bajo el alero
el espejo no copia
más que la luna.

Bajo la luna
la sombra que se alarga
es una sola.

¿Es un imperio
esa luz que se apaga
o una luciérnaga?

La luna nueva.
Ella también la mira
desde otra puerta.

Lejos un trino.
El ruiseñor no sabe
que te consuela.

La vieja mano
sigue trazando versos
para el olvido.

 

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Flânerie, a bicicleta que vos leva os nossos livros

Olá, eu sou a Flânerie, uma bicicleta literária, e entrego livros ao domicílio com o Arnaldo Vila Pouca no Porto e arrabaldes. Vamos a vossa casa, ao vosso local de trabalho ou de estudo, ao vosso café ou jardim favorito. Só precisam de escolher o ponto de encontro, nós levamos os livros, tempo e um agradecimento por contribuírem para o sonho de dar mais vida à Flâneur.

{Obrigada ao URBAN CICLE CAFÉ por nos emprestar a Flânerie, a bicicleta mais bonita e intelectual do Porto, arrabaldes e quiçá do mundo!}

{Obrigada à Marlene Rocha, Miguel Vaz e Carlos Vieira pela ajuda à produção do vídeo}

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Puff, amigo de Pina e de todos nós

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É o livro preferido de Manuel António Pina e um dos nossos também. Puff foi escrito pelo britânico A. A. Milne no início do século XX e publicado pela primeira vez em 1926. Pina disse numa intervenção na Culturgest, integrada no ciclo de conferências “Clássicos do Século XX”, que “o caracter chinês P’u (que se pronuncia quase como Pooh) representa, no conjunto dos signos que o compõem, qualquer coisa como “árvore não cortada”, isto é, no seu estado natural, e que P’u é um dos princípios centrais do taoismo, traduzido no Ocidente como o Princípio do Bloco Intacto, significando “natural, simples, espontâneo” ou, como Pooh talvez dissesse, que as coisas (e, no caso, eu próprio e o que eu penso ou não penso sobre “Winnie-the-Pooh”), são assim mesmo e há pouco a fazer quanto a isso”.

Puff é uma homenagem à amizade, à natureza, à simplicidade, à inocência, à grandeza da infância.

“Winnie the Pooh é um dos mais persistentes ruídos de fundo da minha relação com as coisas e com a literatura, para não falar da minha relação comigo mesmo. Pooh e o seu olhar desprendidamente curioso intrometem-se, eu é que sei!, constantemente na minha vida. Principalmente em certas respostas que a minha vida me vai dando, onde me parece escutar a silenciosa voz da feliz e amável sabedoria de um Urso Com Muito Pouco Miolo, que talvez seja afinal, quem sabe?, a voz elementar da própria existência, pois que, convocando agora Alberto Caeiro, talvez haja metafísica bastante em não haver metafísica nenhuma.” (Pina)

Este é um livro maravilhoso que ensina as crianças a serem crianças e os adultos a recordarem todas as crianças que foram.

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“Puff, quando acordas de manhã”, disse finalmente Porquito, “qual é a primeira coisa que tu dizes para ti mesmo?”
“O que há para o pequeno-almoço?”, disse Puff. “E tu, que dizes, Porquito?”
“Eu digo: que coisa excitante irá acontecer hoje?”, disse Porquito.
Puff acenou com a cabeça, pensativo. “É a mesma coisa”, disse ele.

“O Coelho é inteligente”, disse Puff pensativamente.
“Sim, o Coelho é inteligente”, disse Porquito.
“ E tem miolos.”
“Sim, o Coelho tem miolos”, disse Porquito.
Fez-se um longo silêncio.
“Acho que é por isso que ele nunca percebe nada”, disse Puff.

“E temos que levar Provisões” , disse Cristóvão Robin. “Levar o quê?”
“Coisas para comer.”
“Ah, disse Puff, muito satisfeito, “pensava que tinhas dito Provisões.”

“Puff, disse Cristóvão Robin, “aonde é que encontraste esse
polo?”
Puff olhou para o pau que tinha nas mãos.
“Encontrei-o para aí”, disse ele. “Achei que era capaz de ser útil. Apanhei-o do chão.”
“Puff”, disse Cristóvão Robin solenemente, “a Expotição está
terminada. Encontraste o Pólo Norte!”
“Oh!”, dise Puff.