de Gennady Aygi
Consideremos alguém que não há muito nos desagradasse, que porventura até criasse em nós sentimentos negativos, consideremos essa pessoa enquanto dorme.
Por alguma razão, sentiremos pena dela. Pena das suas mangas que estão à vista, das suas mãos. Pena das suas roupas, por alguma razão. (Desperto, a sua roupa lembra uma armadura “mundana”, “institucional”, “familiar”.)
Ele é todo confiança em Algo, em Algum. E naturalmente em Alguém que é incomensuravelmente maior do que nós, que o observamos.
Mas mesmo então, há também a confiança em nós.
Imagem: fotografia de Alfred Stiegltiz