Descrição
Uma página branca é um formigueiro de passos
prestes a reencontrarem os seus traços.
Uma existência é uma interrogação de signos.
Nascido no Cairo em 1912, judeu de origem egípcia e cultura francesa, Edmond Jabès descobre muito cedo a poesia e os grandes poetas. Torna-se amigo de Max Jacob, e conhecerá mais tarde Éluard, René Char, Henri Michaux, Jean Grenier… Os seus primeiros poemas, reunidos sob o título Je Bâtis ma Demeure, foram escritos a partir de 1943. Em 1957 – data que marca uma viragem na sua vida – é obrigado a deixar o Egipto com a sua família, e instala-se em Paris. Aí, vive a experiência do desenraizamento, sobre a qual constrói uma obra absolutamente centrada sobre a interrogação: interrogação da linguagem, obsessão das letras, em que se descobrirá, ao mesmo tempo e como que por intuição, próximo da tradição judaica. Escritor do exílio e do deserto, da palavra e do silêncio, fascinado pelo Livro, Edmond Jabès escreveu mais de uma quinzena de obras, tecidas numa língua e numa escrita que lhe pertencem por inteiro. Edmond Jabès morreu em Paris a 2 de Janeiro de 1991. Foi-lhe atribuído o Prix des Critiques em 1970. Em 1982, recebeu o Prix des Arts, des Lettres et des Sciences da Fondation du Judaïsme Français.
Pedro Eiras
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