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A Flâneur no Público

Há um poema de Manuel António Pina em cima da mesa, ao lado de scones, biscoitos e sumo de laranja natural. Pina Bausch também anda por aqui, através da música da banda-sonora de Pina, o filme de Wim Wenders sobre a incontornável coreógrafa e bailarina alemã. É sábado, início de tarde de início de Outono, e faz-se um Pina brunch na livraria Flâneur. Mas nem o cheiro a scones com compota de morango distrai do essencial: os livros. As prateleiras revelam uma óptima selecção de escritores, entre eles Elena Ferrante, Herberto Helder, Afonso Cruz, Svetlana Alexievich – a nova Nobel da Literatura –, Karl Ove Knausgård, Walter Benjamin, Slavoj Žižek, Jacques Derrida, Max Horkheimer e outros autores que incitam ao cada vez mais necessário sobressalto intelectual e político.

Leiam mais aqui:

http://www.publico.pt/local/noticia/o-porto-tem-tres-novas-livrarias-e-todas-elas-sao-diferentes-1710773

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A literatura portuguesa na história de Inês Viseu

“Desde pequena que estou rodeada de livros de língua portuguesa – a minha mãe preferia-os às traduções, muitas vezes mal feitas, de livros estrangeiros. Assim, fui crescendo a ler autores portugueses, sem grande método ou valorização, somente por gosto de juntar palavras baixinho e criar histórias imaginárias. Continuar a ler A literatura portuguesa na história de Inês Viseu

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A bagagem da viajante Edite Amorim

“A Viajante é um romance fervilhante da escritora cubana Karla Suárez. As suas muitas páginas levam-nos por dentro do diário de bordo de Circe, uma viajante à procura da «sua cidade». Respira fundo quando chega a uma novo poiso: São Paulo, Madrid, Paris, Roma, Naxos ..e ouve o que essa respiração lhe diz. Inquieta nos passos, mas segura nos encontros que se permite, no devorar de cada experiência. A leitura deste livro é, em si mesma, uma viagem a esses passos pelo mundo. O mundo sentido como uma casa inteira e a escrita como a forma de o ancorar num universo pessoal.”

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Edite Amorim, psicóloga, viajante, comunicadora, criativa. Podem conhecê-la melhor aqui: http://www.thinking-big.com/

Local da fotografia: Lisboa, entre viagens.

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Matsuo Bashô – Yosa Buson – Masaoka Shiki – Kobayashi Issa

Matsuo Bashô (Tóquio, 1644 – Osaka, 28 de Outubro de 1694)

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landscape with a solitary traveler – Yosa Buson

O deus está longe;              

empilham-se as folhas mortas

e tudo é deserto.

Começo de outono;

quer o mar, quer as campinas,

tudo é um só verde.

Entrega ao salgueiro

o tédio e todo o desejo

do teu coração.

Entre os pessegueiros,

florindo por todo o lado,

agora a cerejeira.

 

Esvai-se o som da noite;

sobre o perfume das flores —

um sino tocou.

 

Tudo o que me cerca

e encontra o meu olhar

é fresco e é novo.

 

No meio da planície

uma cotovia canta,

liberta de tudo.

 

Lua cheia, outono —

caminhei a noite inteira

ao redor do lago.

 

Sou só o que toma

o pequeno-almoço olhando —

esplendor da manhã.

 

Primeira manhã

de primavera; sinto-me

como qualquer outro.

 

A noite gelada;

o som do remo a cortar

a onda, — lágrimas.

 

Ao longo da estrada,

ninguém se vê caminhar;

cai a noite de outono.

 

o gosto solitário do orvalho seguido de o caminho estreito

 

Primavera

 

Abrindo de par em par

as portas do palácio:

A PRIMAVERA

 

Apesar da névoa

mesmo assim é belo

o Monte Fuji

 

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White Horse and Grooms – Yosa Buson

Não esqueças nunca

o gosto solitário

do orvalho

 

Brisa ligeira

A sombra da glicínia

estremece

 

Uma rã mergulha

no velho tanque…

O ruído da água

 

De que árvore em flor

não sei —

Mas que perfume

 

A cada sopro do vento

muda de folha

a borboleta no salgueiro

 

A uma papoila

deixa as asas a borboleta

como recordação

 

Flores de cerejeira no céu escuro

e entre elas a melancolia

quase a florir

 

Extingue-se o dia

mas não o canto

da cotovia

 

Lua cheia:

para repousar os olhos

uma nuvem de tempos a tempos

 

Flores queimadas pela geada

Os grãos caídos

semeiam a tristeza

 

Depressa se vai a primavera

Choram os pássaros e há lágrimas

nos olhos dos peixes

 

Verão

 

Preso na cascata

um instante:

o verão

 

Frescura:

os pés no muro

ao dormir a sesta

 

Com relutância

emerge e abelha

do coração da peónia

 

Visto à luz do sol

é apenas mais um insecto

o pirilampo

 

Narciso e biombo

um o outro ilumina

branco no branco

 

Silêncio:

as cigarras escutam

o canto entre as rochas

 

Sensação de vazio

Ao despedir-me colhi

uma espiga de trigo

 

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travelers on horseback on a mountain in spring – Yosa Buson

 

As cigarras cantam

sem saberem que é a morte

que as escuta

 

Ervas do estio

Eis o resta

do sonho dos guerreiros

 

No pôr do sol

entre as papoilas brancas

as faces curtidas dos pescadores

 

Outono

 

Outono:

velhos parecem até

os pássaros e as chuvas

 

Trevos roxos

ondulam sem deixarem cair

uma só gota de orvalho

 

Cai uma castanha…

Calam-se de súbito os insectos

entre as ervas

 

Crepúsculo:

as ervas parecem seguir

os rebanhos que recolhem

 

Vento de Outono —

até as pedras do Monte Assama

voam

 

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Yosa Buson

Ah este caminho

que já ninguém percorre

a não ser o crepúsculo

 

Admirável aquele

cuja vida é um contínuo

relâmpago

 

Na escuridão do mar

brancos

gritos de gaivotas

 

No outono nos separamos

como duas conchas

da amêijoa

 

Outono  —

empoleirado num ramo seco

um corvo

 

Inverno

 

Declínio  —

um dente acusa um grão de areia

nas algas secas

 

Intempérie  —

infiltra-se o vento

até na minha alma

 

Tão esguia a gata

Não da falta de cevada

mas do amor

 

Um vento glacial sopra

Os olhos dos gatos

pestanejam

 

As mãos no lume

… e na parede

a sombra do meu amigo

 

Primeira neve  —

basta um floco

para vergar a folha do junquilho

 

Kisagata  —

Seishi adormeceu à chuva

Húmidas mimosas

 

Se parados pelas nuvens

dois patos selvagens

Dizem-se adeus

 

Tendo adoecido em viagem

em sonhos vagueio agora

na planície deserta

 

O caminho estreito

 

Também esta cabana de colmo

se há-de transformar

em casa de bonecas

 

Que glória

as folhas verdes as folhas novas

sob a luz do sol

 

Nem o picanço

tocará esta ermida

suspensa entre as árvores de verão

 

Ficou plantado o arrozal

quando me despedi

do salgueiro

 

O berço da poesia

os cantos dos plantadores de arroz

no longínquo norte

 

Mãos que hoje plantam arroz

outrora ágeis desenhos

imprimiam como uma pedra

 

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Yosa Buson

Das cerejeiras em flor

ao pinheiro de dois troncos:

três meses

 

Criadoras de bichos da seda

as suas roupas

aroma de antiga inocência

 

Na frescura

me estendo

como no meu leito

 

Quietude:

as cigarras escutam

o canto das rochas

 

O cálido dia:

o rio Mogami

deita-o ao mar

 

Cabanas dos pescadores:

apanhando a frescura do entardecer

estendidos sobre as portas

 

O ninhos de «misagos»

sobre uma rocha no mar:

jurariam as ondas não lhes tocar

 

O Sétimo Mês

a noite do sexto dia

não me parece a de sempre

 

Penetro no aroma do arrozal

à minha direita

a cólera do mar

 

O sol arde

sem compaixão

Mas o vento é de Outono

 

Que nome delicado

O vento entre os pinheiros

os trevos os juncos

 

Se hei-de morrer no caminho

que seja

entre os campos de trevo

 

Hoje o orvalho

apagará o teu nome

do meu chapéu

 

Toda a noite

escutei

o vento de Outono na montanha

 

Yosa Buson  (1716, Osaka – 1783, Kyoto)

 

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cuckoo flying over new verdure – Yosa Buson

caídas as flores

da cerejeira, eis o templo —

através dos ramos.

 

As flores da colza —

com o sol  ocidente,

lua a oriente.

 

Com o vento de oeste,

juntam-se as folhas caídas

do lado de leste.

 

Tardinha de outono;

há alegria também

nesta solidão.

 

À brisa da tarde,

a água lambe e envolve

as pernas da garça.

 

Brilha um relâmpago!

O som das gotas de água caindo

por entre os bambus.

 

A noite afunda-se

e dome pelas aldeias;

o som da cascata.

 

Estendi a esteira

e sentei-me a contemplar

a ameixieira em flor.

 

A voz dos mosquitos —

sempre que cai uma flor

da madressilva.

 

Esplendor da tarde;

deve haver um amarelo

também a florir!

 

Azáleas florescem;

na aldeia perdida no monte

o arroz é branco.

 

Torna-se a raposa

um belo principezinho;

noite primavera.

 

Desoladamente,

o sol pôs-se nos rochedos

do seco paúl.

 

Vagarosos dias

passam. Que distantes fiam

as coisas passadas!

 

Lento vai o dia;

numa esquina de Kyôto

ouvem-se os ecos.

 

Masaoka Shiki (17 Setembro de 1867 – 19 de Setembro de 1902)

 

Na praia arenosa,

pegadas. É primavera —

longo vai o dia.

 

Passada a tormenta,

sol tardio brilha na árvore

onde a cigarra canta.

 

Nuvens ondeantes —

amontoadas ao sul,

barcos, brancas velas.

 

Perto das ruínas,

as aves a vaguear

por entre o hibisco.

 

Na curva da estrada,

já pode avistar-se o templo —

rústicos crisântemos.

 

Aqui e ali

um veado transparece

no meio dos arbustos.

 

Não há jardineiro —

o jardim em liberdade

e por aparar.

 

O sol da tardinha

trespassa a vegetação,

pousando na rede.

 

Na ilha do lago,

lá onde ninguém habita,

é densa a folhagem.

 

Kobayashi Issa ( 15 de Junho de 1763 – 5 de Janeiro de 1827)

 

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Matsuo Bashô; Yoza Buzon; Kobayashi Issa; Masaoka Shiki

Hasta mis pies

¿cuándo y cómo has llegado,

caracolillo? 

 

Por sí sola,

la cabeza se inclina,

Monte Kamiji.

 

Mi pueblo: todo

lo que me sale al paso

se vuelve zarza.

 

Cae bocarriba

la cigarra de otoño

y sigue cantando.

 

De no estar tú

demasiado enorme

sería el bosque.

 

Las flores han caído:

ahora nuestras mentes

están tranquilas.


 

 

 

 

 

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João Sousa Dias e todos os versos de Álvaro de Campos

“Este livro tem uma grande importância na minha vida, não só enquanto obra, mas também enquanto objecto. Acompanha-me a mim e ao meu pai desde 1993. Recordo-me de o termos encontrado e comprado na Casa do Livro, que hoje já não existe, pelo menos enquanto livraria. Perguntei ao meu pai quem era o autor deste livro e ele respondeu-me que era Álvaro de Campos. «Mas a fotografia da capa é do Fernando Pessoa!», respondi-lhe. Foi nesse momento que descobri o que era um heterónimo e que Pessoa tinha vários. Ao longo destes vinte e dois anos tenho conhecido cada um deles. Álvaro de Campos e Bernardo Soares são os que mais gosto de ler. Sinto que este livro tem uma leitura infinita. Leio-o e relei-o e parece-me sempre a primeira vez, como se fosse um livro transmutável, que se transforma ao longo da vida, da sua ou talvez da minha. Naturalmente que há poemas que nos transmitem sempre melancolia e angústia como o “Aniversário”, mas há outros que vão ganhando diferentes tons, diferentes ritmos, diferentes sentimentos, diferentes musicalidades.

Há dias o meu pai ofereceu-me o livro. A edição que comprámos juntos em 1993, naquela tarde em que descobri o que era um heterónimo. É parte da nossa história.”

DSCF3536João Sousa Dias, advogado e leitor, quase desde sempre.
Local da fotografia: Espiga, um espaço maravilhoso para ler, para se estar ou “ficar muito quietinho a ser” (Pina)

 

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Inês e a Educação Europeia

A Educação Europeia de Romain Gary conta a história de um jovem adolescente lituano polaco de 14 anos, Janek Twardowski, que vive refugiado na floresta e se junta a um grupo partisan para sobreviver e lutar contra a ocupação nazi.

E, na hora das trevas, de que educação europeia fala Gary? «A Europa teve sempre as melhores e mais belas universidades (…), elas foram o berço da civilização (…) mas há também uma outra educação europeia, a que recebemos hoje: os pelotões de execução, a escravatura, a tortura, a violação – a destruição de tudo o que torna a vida bela.», diz o chefe partisan Dobranski, um verdadeiro humanista num livro e num mundo onde quase ou deixamos mesmo de acreditar nessa humanidade. Que insustentável leveza esta…

Partilho convosco estas passagens do livro:

“A Stalingrad, les hommes se battent pour qu’il n’y ait plus de guerre”. Mais déjà elle savait que ce n’était pas vrai, que les hommes se battent jamais pour une idée, mais simplement contre d’autres hommes, que la forcé du soldat n’est pas l’indignation, mais l’indifférence, et que les vestiges des civilisations sont et seront toujours des ruines…”

“Le patriotisme, c’est l’amour des siens. Le nationalisme, c’est la haine des autres. Les Russes, les Américains, tout ça… Il y a une grande fraternité que se prépare dans le monde, les Allemands nous auront valu au moins ça…”

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Inês Dias Gomes mora em Genebra, onde esta fotografia foi tirada, e trabalha no gabinete de publicações da Organização Internacional do Trabalho.

(A Inês leu a versão original editada pela Gallimard. Em Portugal a Educação Europeia é editada pela Sextante)

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A Camila no mundo da Sofia

“Comecei a ler este livro recentemente mas já me fez pensar em diversos assuntos gerais, assuntos cruciais para o pensamento: Haverá vida depois da morte? Como se formou o mundo? Entre outros…. Mas além de me fazer pensar, o livro desenvolve estes temas, mas esclarece que cada pessoa tem de encontrar as suas respostas, pois não há uma verdade absoluta ou uma enciclopédia pela qual nos possamos seguir. Basicamente tenho adorado estes parágrafos de reflexão.”

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Camila Miroma, 16 anos.

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Pedro Silva nas Cidades Invisíveis

Encontrámos o Pedro, a poucos dias de partir em viagem para os Balcãs, a ler As Cidades Invisíveis de Italo Calvino numa praça do Porto, cidade visível mas cheia de lugares e de coisas invisíveis, que só se se alcançam usando todos os sentidos e o coração.

“Nem sempre fui assim. Na verdade, por muitos anos acantonava-me ao meu canto e não queria descobrir nada de novo. Refugiava-me no Torga e dizia que a partir do “local” podia conhecer o universo. Depois mudei radicalmente e este livro do Italo Calvino, que é de um género fantástico, ilumina muito do que hoje gosto de antecipar que vou conhecer quando viajo. No fundo é isso que mais me encanta no livro, imaginar que aquelas cidades são reais e que posso conhecer, por exemplo nos Balcãs, cidades assim.”

O Pedro abriu o livro e mostrou-nos estas frases que agora partilhamos convosco:

“Os lugares são espelhos em negativo. O viajante reconhece o pouco que é seu, descobrindo o muito que não teve nem terá”.

“A cidade é redundante: repete-se para que haja qualquer coisa que se fixa na mente”, escreveu Calvino sobre a cidade de Zirma.

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Pedro Silva, advogado, viajante, leitor.

Local da fotografia: Praça Carlos Alberto, Porto

 

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Ana Vila Pouca tem mesmo Uma Vida à sua Frente

Uma Vida à Sua Frente de Romain Gary é narrado na primeira pessoa por Mohammed (Momo), um rapaz muçulmano de 14 anos, órfão, que vive no sexto andar de um prédio sem elevador no bairro pobre de Belleville com Madame Rosa, prostituta reformada e sobrevivente do Holocausto. Momo partilha a casa com outros órfãos, que vê chegar e partir, todos ao cuidado da mesma senhora, que dedica a sua vida a criar crianças ilegítimas de prostitutas das ruas de Paris.

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Num ambiente multi-cultural, multi-étnico e até burlesco, tão característico da obra de Gary, vemos várias vidas a serem vividas à nossa frente. E assim sendo, tal como na vida, experienciamos risos, dores, tristezas, esperanças. É sobretudo esperança que este livro nos oferece. Na amizade, no amor e na paz, tão preciosos durante a vida e até no momento da morte. E assim, quando a devoção e a solidariedade são maiores do que as diferenças, o que vemos são as pessoas. Nada mais importa.

Por isso, acredito que este é um livro que nos ajuda a viver a vida à nossa frente.

 

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Ana Vila Pouca
Local da fotografia: Livraria Déjà Lu, Cascais