Eu sou a terra de aluvião que a água vai arrastando. Não tenho tempo para formar uma árvore, para adoçar um fruto, para lograr uma flor.
Não aqueci duas vezes a mesma Primavera, embora todas as Primaveras me reconheçam ao passar.
As chuvas deslocam-me sem me desintegrar, o vento empurra-me sem romper o meu contorno, a minha identidade; continuo a ser eu mesma, mas perdendo-me constantemente do meu centro. Ou do que julgava ser o meu centro… Ou do que nunca será o meu centro…
Imagem: Alfred Stieglitz