“Esta é a vantagem da literatura, pensou ela, levamos as palavras connosco. As imagens murcham, deformam-se, apagam-se. Mas encontrava as palavras de outros tempos na sua garganta, tal como tinham sido escritas. Criavam um elo entre ela e os antigos séculos em que os astros brilhavam exactamente como hoje. Esse renascimento e essa permanência davam-lhe uma sensação de eternidade. A Terra estava gasta; contudo existiam momentos como este em que parecia tão fresca como nas primeiras idades de ouro e em que o presente bastava”.
Simone de Beauvoir, em Mal-entendido em Moscovo, Quetzal.