“Este é um livro sobre a tolerância e sobre a inteligência ou até mesmo a sabedoria. Há uma relação simbiótica entre elas. O Tratado sobre a Tolerância, escrito no século XVIII, tem por base um acontecimento real ocorrido em Toulouse: Jean Calas, protestante, foi injustamente acusado de ter assassinado o seu próprio filho por, alegadamente, ter decidido converter-se ao catolicismo. Calas foi julgado, condenado e executado num ambiente de grande exaltação popular, que chocou Voltaire, um dos maiores representantes do espírito do Iluminismo. Mas este é apenas o ponto de partida para a defesa de um valor maior universal: a tolerância em relação às ideias, formas de vida, actos e convicções dos outros. Isto não é mais do que a fraternidade, tão almejada ainda nos dias de hoje.
A leitura deste livro tem constituído uma óptima experiência, havendo uma identificação entre os meus valores e os valores aqui defendidos: a tolerância, que só existe com a sabedoria, por oposição ao fanatismo que nasce da ignorância, caminho para a liberdade e autonomia individual.”
Paulo Ponte, a ler “O Tratado sobre a Tolerância” de Voltaire (Relógio d’Água) na esplanada da Casa Agrícola, um lugar que é para si uma casa.
O livro do Paulo pode ser comprado aqui: Flâneur