Descrição
(…) E sentada à mesa de café, como se estivesse sentada à secretária da escola, o dono do café, dono de um corpo com excesso de peso, talvez os bolos, talvez o álcool, talvez o acumular dos anos, tem idade para ser meu avô, a propósito da galaktoboureko e do seu avô turco, ensina-me um provérbio turco, contado em inglês com sotaque grego, que reza assim: When a clown moves into a palace, he doesn’t become a king. The palace becames a circus.
O que me deixa a pensar que um palácio não é uma casa, é outra construção, é uma metáfora, e que se pudesse pedir, querer, queria um pátio, um pátio soalheiro, grego ou andaluz, com um limoeiro.
E claro que não saí do café sem saber a história deste avô turco, não passou de uma história de amor, curta no contar porém longeva, sem mais peripécias do que as geográficas, como se o amor fosse coisa de somenos.
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