Descrição
Uma poesia intensa até na sua escassez. De um dos seus livros, Fome, disse José Tolentino Mendonça: “A poética de João Moita expõe a penúria, a falha, a lacuna, a abstinência, a renúncia, a fractura, a fraqueza, o vazio, o despojamento, o silêncio…” e tendo Tolentino toda a razão, a poesia de João Moita, como este livro o prova, não deixa de ser visceral, física e de um erotismo que a concisão verbal não esconde.
Privo-me,
vivo por inteiro a minha vida
mitigada pela fome.
Quando vieres,
a minha fraqueza será sinal
para o teu reconhecimento,
e o meu silêncio,
um céu para a debandada
dos teus ventos.