Descrição
José Bértolo: «É […] minha convicção que começa a tornar-se urgente voltar a ler o cinema em função das coordenadas de análise que ele mesmo nos oferece, isto é, dos elementos próprios com os quais se compõe e nos provoca, cativa, e, idealmente, inquieta e incomoda.»
Este livro propõe a análise comparada de um grupo de filmes que, não obstante terem origens geográficas diversas e pertencerem a momentos históricos diferentes, se encontram na partilha de significativos elementos temáticos, narrativos e figurais.
Trata-se sobretudo de filmes romanescos e de matriz clássica que, por detrás da lógica da transparência narrativa, ocultam, na verdade, um trabalho complexo e instigante de questionação do próprio cinema enquanto meio de representação e enquanto arte.
Para além de contarem histórias de amor e morte, de assombrações e fantasmas, de sonhadores e de metamorfoses físicas e anímicas, os filmes discutidos promovem, quando analisados em conjunto, um pensamento sobre o cinema como algo que se faz na dobra que liga e desliga vida e morte, visível e invisível, real e imaginário, vigília e sonho.