Descrição
Quando o Grupo de Estudos Anglo-Americanos organizou o I Encontro Internacional de Poetas em 1992, o acto de congregar poetas para leituras públicas de poesia era praticamente inexistente em Portugal. A maior parte dos poetas portugueses que nesse ano foram nossos convidados quase nunca, ou mesmo nunca, tinha lido a sua poesia em público. Dez anos mais tarde, descobrimos com prazer que esse acto se transformou numa tradição, em parte por nós inventada.
A tradição dos nossos Encontros implica a publicação de uma antologia bilingue. Este livro é o resultado do IV Encontro, realizado em 2001 e tendo como tema geral “As Tradições da Poesia”. Tradições, no plural, como forma de perguntar pela “tradição” que, de um modo ou de outro, fundamentalmente nos informa a todos: a tradição ocidental. Tradições, no plural, como forma de nos interrogarmos sobre o muito que entendemos como pertencendo à nossa cultura, e de que muito nos orgulhamos, e de nos abrirmos ao muito que nos é estranho e nos enriqueceria conhecer melhor. Tradições, no plural, para nos prevenirmos do canibalismo homogeneizador tanto de Paul Valéry como de Oswald de Andrade. Não se trata de engolir o outro e o digerir, mas de nos sentarmos à mesma mesa a trocar iguarias. Foi isso que com deleite apreciámos há três anos, nas várias sessões de leitura de poesia com poetas de todo o mundo. É isso que temos agora o gosto de oferecer, a prolongar a festa bela do supérfluo, que tão essencial nos é enquanto seres humanos.