Descrição
os vidros das janelas
defronte ao mundo
estão sujos
como sujos estão
os vidros destes olhos
um olho, um mundo
um fósforo encadeando
o pulsar da cegueira
as roupas entrega
na esquadra e diz
terem sido dum vulto
que encontraste um dia
numa berma perdida
do destino
no charco, o rosto
diluía-se em contramão
aos beijos, e
o teu nome entupindo
todas as sargetas