Descrição
Sendo eu tão depressa um elefante numa loja de porcelanas como um beija-flor num aterro sanitário, tenho alergia a projectos de longo curso, talvez porque lhes associe uma coerência que toda a vida se me escapou das mãos – e não para o papel. Escrever foi sempre uma coisa dos dias, ainda hoje nasce e morre com eles.
O ontem não ecoa em mim como uma mão estendida, há entre nós um desprendimento higiénico, um picotado pelo qual nos libertamos um do outro na medida do espaço que cada hoje reclama para si.
Sou, por aí, menos um traço contínuo do que a soma das minhas contradições. Se isso surge reflectido no que fui escrevendo ao longo destes últimos anos, então o livro que têm em mãos é um retrato fiel do seu autor.