Descrição
«O Oráculo Portátil e Arte da Prudência é o anacronismo sem erro, o exercício de futurologia sem mandamentos que o guie. O próprio título é perverso, pois desafia costumes que a prudência aconselha. As palavras surgem em contratempo, inclusive com o Barroco, que então perdia o brilho, e a audiência que procura não são os perdidos que necessitam de uma luz, mas o homem comum. O próprio oráculo que dá as respostas não é nenhuma divindade, nem um sobredotado, mas um homem de carne e osso, com dúvidas.
A exasperação que Gracián manifesta para com os ignorantes não descura a compreensão que tem pelas injustiças do mundo e a universalidade das maleitas que podem afectar individual e colectivamente os indivíduos. No livro, é feita uma exposição das dúvidas que a nossa relação com a sociedade levanta, bem como uma explanação da natureza humana, com que, mesmo perdoados os séculos, nos sentimos próximos.»
Miguel Meruje