Descrição
E depois de Gaza é possível ainda a poesia? Mais de quatro dezenas de autores portugueses, convidados pela Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto, respondem a essa dúvida perturbadora, levantada pela primeira vez por Adorno a propósito de Auschwitz. Vozes distintas, de gerações diferentes, juntam-se na denúncia a uma guerra que, em poucas semanas, matou milhares de palestinianos, e no rol das vítimas mortais há, até ao momento, dez mil crianças. Barbárie impensável, inadmissível, pensava-se, num mundo dito civilizado. “E que palavra em ídiche revela a vergonha que não têm os judeus/ Para, setenta e cinco anos depois da libertação de Auschwitz,/ Tolerarem os crimes que o estado de Israel multiplica?” – questiona o poeta Amadeu Baptista.