O que É Meu

17.45 

de José Henrique Bortoluci,

Editora: Companhia das Letras
Edição: fevereiro de 2024
Páginas: 192

Descrição

«Palavras são estradas. É com elas que conectamos os pontos entre o presente e um passado que não podemos mais acessar. Palavras são cicatrizes, restos de nossas experiências de cortar e costurar o mundo, de juntar seus pedaços, de atar o que teima em se espalhar.»

Durante cinquenta anos, entre 1965 e 2015, Seu Didi foi camionista nas estradas do Brasil. O país mudou, o mundo transformou-se, Didi adoeceu. Este livro conta a sua história, que é também a história de uma família, de um país e de uma época.

Num livro ao mesmo tempo bravio e terno, José Henrique Bortoluci parte de conversas com Didi, o seu pai, e leva o leitor numa viagem pelo passado e o presente de um homem comum, que viveu a ditadura militar e um quotidiano amargo, a chegada do progresso e a falta de oportunidades, o apagamento da individualidade, a ausência de futuro quando lhe é diagnosticado um cancro. Mas não só — o autor mergulha no baú das suas recordações, no diário da mãe, nas histórias dos companheiros do pai, e afina o tom com rara sensibilidade.

Feito literário incomum, O que É Meu compõe um álbum de família onde desfilam personagens e episódios que não sairão da nossa memória: uma narrativa íntima, mediada pela idiossincrasia de quem escreve, e que se aventura por registos e territórios pouco explorados na literatura em língua portuguesa.