Descrição
Após muitos silêncios, o dever da memória impôs-se gradualmente como um acto pessoal de elaboração ou reencenação de experiências traumáticas, mas também como um acto político, ético e não-raro um acto pedagógico, como modo de contrariar a voragem do esquecimento e a fluidez amnésica dos novos tempos.
A profusão de memórias, vividas ou imaginadas, não é, contudo, apenas desencadeada pela necessidade de recordar e elaborar o passado sentida pelos sobreviventes ou testemunhas directas.
Também a interpelação da segunda geração mobiliza distintos actos de (pós-) memória, quer se trate da questionação ou elaboração da sempre presente culpa alemã, quer se trate de uma (auto-) reflexão em Português sobre o envolvimento dos progenitores na Guerra Colonial.