Descrição
Alberto Pimenta continua a querer fazer da poesia um acto de perigosidade.
É ao leitor que cabe desatar a perigosidade, deste livro-engenho, desta narrativa engenhosamente provocadora. Embalo ao mesmo tempo dócil e fatal, numa viagem poética aparentemente passada num tempo remoto, mas onde aos poucos acabamos mergulhados na deriva do presente. Alberto Pimenta maneja o lirismo, entretece a narrativa deste Desencantador na historicidade dos mitos, e é com docilidade que nos transporta para a pergunta, quase derradeira, quase in extremis: como sair deste beco em que se transformou o mundo, o presente, este tempo? Porém, a docilidade, tem as suas próprias e irreconhecíveis facetas, o seu perigo latente… E o leitor terá, inevitavelmente, que começar este livro desatando prematuramente um cordel, um fio de ariana…
Poética e política são irmãs siamesas na múltipla obra de Pimenta, no âmbito de uma tradição contestatária – Pádua Fernandes
Este livro é prenhe de singularidades. O mesmo livro, mas com dois finais diferentes. O livro, cujo início e os fins são reproduções do original manuscrito, está envolvido numa sobrecapa, atada por um cordel. Uma das versões é atada por um cordel de linho cru (tipo fio-norte) e vem com um fósforo queimado. A outra versão é atada por um cordel vermelho e contém um fósforo por acender. Apenas estas duas particularidades distinguem as duas versões por fora. Mas existem outras peculiaridades que ficam para o leitor descobrir…