Descrição
São estórias, sim, mas também textos que procuram uma relação especial entre a materialidade do que se vê e a forma de a dizer, inventar. Por exemplo: «Mosaico, telha, caco que fosse, ainda mal desenterrados, seguiam logo para o museu, que faltava caiar. Ninguém sabia se eram arqueólogos ou salteadores. Nem fazia diferença. Os ossos que tinham conhecido o silêncio dos séculos agora apertavam-se numa caixa de vidro, sob as lâmpadas de halogéneo, para sempre expostos, impudicos.»
(Traslado) o non-sense, a absurdez daquilo que se vê (e se vive ou viveu) permeiam estes textos, breves, de um autor que tem experimentado, com sucesso, o teatro, a ficção e o ensaio.