Descrição
Trabalhar o texto dramático deste espectáculo com Eunice Muñoz, Eva Wilma e Ricardo Pais foi um susto e um privilégio. É que, quando nos sentámos no Porto e depois em Lisboa para aquela prática a que se costuma chamar leitura do texto, apercebi-me, com eles, por eles, do muito que havia de errado e incompleto e obtuso, em suma, não-teatro ainda, no que eu tinha fixado em livro com o mesmo título (Madame, Sociedade Portuguesa de Autores / Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1999). Não é renegar, mas aquela primeira versão dizia de mais ou de menos. E surgiu, com toda a evidência, um filão que eu pouco trabalhara, porque a escrever não se ouve com a mesma escuta: estas duas Madames, e principalmente as suas duas serviçais, não falam a mesma língua.