Descrição
Um amor que comece da cintura para cima
que caminhe como a montanha estável
brando na sua qualidade de cegonha
amor de um luto absoluto digno como um metal
como o quintal esquecido onde sobrevive há décadas o velho limoeiro
um amor que se ritualize que se perpetue
como o gesto vagaroso da mulher que aos oitenta e oito anos
dia após dia reinicia o seu bonsai
que o suspende e reinicia de poda em poda
até ao instante vago em que ambos permanecem da mesma altura
cada um tranquilo em seu chão.