Electra 16 – Identidades

9.00 

de vários
Editora: Fundação EDP
Edição: Abril 2022

Descrição

Sobre esta edição
Identidade(s) é uma das grandes questões políticas do nosso tempo e é o tema central do número 16 da Electra, edição que assinala os quatros anos de vida deste projecto. Identidade(s) é um conceito que conheceu nas últimas décadas uma enorme projecção tanto no campo social, cultural e político, enquanto causa e instrumento de movimentos reivindicativos, como nas elaborações teóricas produzidas pelos vários ramos dos estudos culturais. Género, sexualidade, «raça», etnia, cultura e nacionalidade são territórios que fazem apelo a um sentimento de pertença, ao mesmo tempo que determinam uma luta pelo reconhecimento. Em torno das questões identitárias são reunidas entrevistas a Éric Marty, Francisco Bethencourt e Nathalie Heinich, e textos de Diogo Ramada Curto, Félix Duque, Frédéric Neyrat, Olivia Rosenthal.

Na secção “Primeira Pessoa” é entrevistada Catherine Malabou, uma das filósofas mais destacadas deste século. Em conversa com Afonso Dias Ramos, Catherine Malabou percorre os temas mais variados do pensamento crítico contemporâneo, da neurociência ao feminismo, da Inteligência Artificial às criptomoedas, do trauma epigenético ao prazer sexual.

O Portfolio deste número é da autoria de Jorge Queiroz, exímio desenhador e originalíssimo pintor que na sua obra constrói uma contemporaneidade pessoal, em diálogo com os movimentos artísticos que configuraram a nossa modernidade. Este portfólio é acompanhado por um texto da curadora Antonia Gaeta.

Uma nova secção, “Planisfério”, apresenta um ensaio-reportagem, em que o músico, programador e editor Pedro Gomes fala com artistas que nos aproximam do rap crioulo, contando-nos histórias que se passam em bairros da Grande Lisboa e da Margem Sul. Este trabalho dá-nos também a conhecer as imagens realizadas para a Electra pelo fotógrafo Diogo Simões. O antropólogo Otávio Raposo faz nesta secção uma breve história do rap crioulo em Portugal.

Na Electra 16, o romancista Almeida Faria faz uma incursão no registo diarístico e, a partir de uma estadia em Munique, homenageia a ficção literária e, em particular, o escritor Hans Magnus Enzensberger, e lança um olhar crítico sobre Portugal; o escritor e fotógrafo indiano, Mayank Austen Soofi, guia-nos através da Velha Deli, o quarteirão histórico da capital da Índia; o ensaísta, filósofo, poeta, e dramaturgo, Jean-Christophe Bailly escreve um texto sobre as relações pouco evidentes entre literatura e arquitectura; e a escritora Cristina Fernandes interpreta um aforismo de Paul Valéry.

Ainda nesta edição, o bailarino, coreógrafo e editor João dos Santos Martins assinala a primeira passagem da companhia de dança de Merce Cunningham, em Portugal, e conta-nos o que se passou naquelas noites surpreendentes de 1966; Ivan Nunes escreve sobre Três Andares, o último filme do realizador Nanni Moretti; Golgona Anghel escreve sobre As Pequenas Virtudes, livro da escritora Natalia Ginzburg; e, no “Dicionário das Ideias Feitas”, António Guerreiro aborda a palavra “Empatia”.