Desvios

12.00 

de René Crevel
Editora: Snob
Tradução de Diogo Paiva
Revisão de Sara Veiga
Capa de Pedro Soares
Design de Pedro Simões
Edição: Março 2021
Colecção Baldio

Descrição

René Crevel viveu apenas 34 anos, deixando-nos poemas, romances, textos soltos, loucos. O suicídio acompanhou-o desde sempre, como se algum dia fosse inevitável realizá-lo, e anuncia-se logo neste seu primeiro romance, Desvios, cabendo nele a descrição de um gesto que terá, 11 anos depois, a forma que o próprio Crevel escolherá, juntando um bilhete ao corpo: «É favor de me incinerar. Repulsa.» Desvios é, no entanto, e ao mesmo tempo, um romance de uma alegria tresloucada (até nas passagens mais melancólicas) e que parece estritamente ligada ao acto de se contar uma história. Seduzido pelo Surrealismo e por Breton, há quem queira ver numa posterior desilusão com este o motivo para a sua derradeira escolha, outros vêem-no na consciência da sua tuberculose avançada, mas o facto é que esse desvio da linha da vida marcou-o precisamente nela: aos 14 anos, vê o pai enforcado, levado pelas mãos da própria mãe, que lhe quis mostrar a cobardia do acto. É provável que Crevel tenha visto outra coisa. Bissexual assumido, o sexo, nos seus jogos e frustrações, é uma das cores na paleta de Desvios, que, embora usando os mesmos pincéis da literatura que o fundamenta, assume a rebeldia no traço, na forma, na força com que representa, rasgando se for preciso a tela. É jovial, desestabilizador, terno e angustiante. «É um livro romântico», dirá numa carta a Paul Éluard, «como o seu autor».