Descrição
É com certo arrepio que se lê a crueza de Jorge de Sena nas páginas de Coroa da Terra (1946), o seu segundo livro de poesia, dedicado à Cidade do Porto, o palco da sua errância. Mostra-se assim a visão de Sena, nas palavras de Francisco Cota Fagundes, como «uma poesia por vezes intencionalmente rude e nunca de bibelot d’inatité sonore […] que se fosse música, seria um longo e persistente réquiem dilacerante […] poemas em que a criança é um dos temas dominantes, como dominante e marcante é o seu carácter de poesia de resistência e de empenho».