Descrição
Seja como for o futuro, da experiência vivida no momento da pandemia convém guardar na memória o que constitui a «vida» que nos é destinada pelo capitalismo.
O novo coronavírus criou uma crise sem precedentes. A epidemia, que nos faz «escolher entre a bolsa e a vida» e «não é uma interrupção temporária da normalidade, mas a expressão mais concentrada dessa absurda normalidade», disseminou-se a um ritmo avassalador, bloqueou a economia mundial e confinou populações numa escala planetária.
Não só despertou o lado negro das sociedades capitalistas e a sua tentação de recorrerem a arsenais de vigilância de contornos distópicos, como revelou o valor atribuído à vida humana por apologistas do darwinismo social em tempos pandémicos.
Ao traçarem os contornos de um mundo estagnado e atolado no sobre-endividamento, os autores de Capitalismo em Quarentena reflectem sobre as relações entre Estado e economia, saúde e lucro, normalidade e estado de excepção, à luz da crítica do valor e da marcha inexorável do capitalismo rumo ao colapso estrutural e ambiental.