Descrição
As grandes épocas históricas da filosofia: sua distinção do ponto de vista da concepção predominante em cada uma delas do pensamento e da própria filosofia — De que falamos quando falamos de arte contemporânea? — Poesia, ofício e não epifania: captura do inefável na linguagem — Cinema e literatura, condições e limites da traduzibilidade entre si das artes — Manuel Rosa, ou a essência desnudada da escultura — Empédocles, a sua actualidade, e as duas imagens dos filósofos: a imagem histórica-filosófica e a imagem extra-histórica, intemporal.
O título deste texto [«As 4 Idades da Filosofia»] repete o de outro, publicado num livro anterior. Tratava-se aí de diferenciar as idades históricas da filosofia na óptica das categorias finito/infinito. Aqui, trata-se de diferenciar essas mesmas idades mas em função das concepções do pensamento mais características de cada uma delas. Inspira-nos, neste desígnio, a distinção introduzida por Deleuze entre ideologia e noologia e as teses noológicas por ele expostas no seu ensaio sobre a filosofia. Ideologia, no sentido dessa distinção, remete para o estudo das doutrinas dos filósofos, dos seus sistemas de ideias, das suas constelações de conceitos. Em contrapartida, a noologia tem por objecto o estudo daquilo a que aquele filósofo chama as «imagens do pensamento», quer dizer, das respostas, tantas vezes implícitas, dos filósofos à questão «o que é pensar?», «o que é filosofar?». A noologia (de nous, palavra grega para espírito, ou pensamento) consiste, pois, na tematização das formas filosóficas de pensar tomadas em si mesmas, do pensamento do pensamento, da auto-imagem do filosofar pressuposta por cada filosofia, por toda a ideação conceptual, pela criação de ideologias filosóficas.
[Sousa Dias]