Descrição
A atracção exercida por “António e Cleópatra” sobre sucessivas gerações de leitores e espectadores em muito se deveu à célebre relação tumultuosa do par de apaixonados, já distantes da juventude, que Shakespeare coloca em cena. Mas esta peça tem em anos recentes encontrado leituras e encenações que lhe acentuam o cruzamento do erotismo com os jogos de poder, bem como a singularidade da rainha egípcia que se afirma perante parceiros e rivais masculinos (e romanos) num quadro geopolítico que coloca o seu país numa situação de tipo colonial. Perspectivas do nosso tempo, enfim, que contribuem para que esta tragédia seiscentista sobre figuras do Mundo Antigo venha suscitando um fascínio renovado – no palco como na página.