Anima Mea

15.00 

de Alexandre Conefrey,

ISBN: 9789898902627
Edição ou reimpressão: 04-2019
Editor: Documenta
Idioma: Português, Inglês
Dimensões: 145 x 204 x 11 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 112
Tipo de Produto: Livro

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Descrição

Maria Filomena Molder: «Muitas vezes olho para estes desenhos como se fossem desenhos religiosos, místicos.»

Este livro foi publicado por ocasião da exposição «Alexandre Conefrey — Anima Mea», com curadoria de António Gonçalves, realizada na Galeria Ala da Frente, em Vila Nova de Famalicão, de 9 de Fevereiro a 18 de Maio de 2019. Estes desenhos de Alexandre Conefrey continuam a sua profunda pesquisa em torno do uso dos materiais, de certos temas ou ainda de novas formas de representação. Assistimos ao uso intenso do material mais básico do desenho (o carvão) e ao desafio dos limites máximos das suas possibilidades expressivas. O material satura as superfícies, é esmagado sobre a folha com uma força que parece excessiva.
[João Pinharanda]

Anima mea é o nome que Alexandre Conefrey deu a uma série de vinte e nove desenhos a carvão e pastel, outras tantas variações de dois motivos brueghelianos: a Torre e o moinho. Com origem, respectivamente, em A Torre de Babel de 1563 (versão maior, de Viena), a de 1565 (versão menor, de Roterdão) e A Caminho do Gólgota de 1564. […]

Esse nome, Anima mea, é o coração do primeiro verso do primeiro Coro do Magnificat de Bach: Magnificat anima mea Dominum. Alexandre Conefrey ouvia repetidas vezes esta obra na época em que fez os desenhos. Portanto, acompanhando a sua feitura está o silêncio da Virgem, obedecendo ao anúncio grave, quase assustador (a aceitação de uma gravidez não esperada), que atravessa todos os versos e as vozes de todos os cantores, desde o coro até aos solistas. […]

Mesmo que Alexandre Conefrey não tenha absorvido o hálito das guerras religiosas e os seus venenos e perversões, esse hálito parece agir nas manchas de carvão. Não que os debates teológicos se introduzam nas interrogações sobre o que seja pintar e desenhar, mas as palavras encarnação, morte e ressurreição açoitam tanto a ruína da Torre como os movimentos desvairados das velas do moinho. Muitas vezes olho para estes desenhos como se fossem desenhos religiosos, místicos.
[Maria Filomena Molder]”