Descrição
«Adoração: o movimento e a alegria de nos reconhecermos existentes no mundo. Não que esta existência não seja dura, ingrata, atravessada de infelicidade. Esta infelicidade não é, no entanto, um preço a pagar para abordar um outro mundo. Não resgata nada, mas, contanto que não renunciemos a viver, podemos pelo menos saudar de tempos a tempos alguns dos entes, nomeá-los. Adorar faz-se nomeando, saudando o inominável que o nome encobre, e que não é nada mais do que a fortuitidade do mundo.
[…] a adoração, o endereçamento da palavra ao próprio fora de toda a palavra possível, é uma condição da existência «democrática» enquanto existência de sujeitos iguais.»
J.-L. Nancy, A Adoração, p. 113-115.