“E andei nua / desde o início // inspirando / a minha vida, / expirando poemas, //”
Denise Levertov (1923 – 1997) foi uma poeta, ensaísta e ativista política americana nascida em Inglaterra que escreveu versos enganosamente concretos sobre temas pessoais e políticos.
Nascida perto de Londres em 1923, Denise Levertov passou os seus anos formativos em Inglaterra, tendo sido educada em casa. Desde tenra idade, tinha uma forte crença na sua vocação como poetisa e afirmou ter decidido escrever aos cinco anos. Quando tinha dezassete anos, teve o seu primeiro poema publicado na Poetry Quarterly.
Durante a Segunda Guerra Mundial, tornou-se enfermeira civil a servir em Londres durante os bombardeamentos. Escreveu o seu primeiro livro, The Double Image, quando tinha entre dezassete e vinte e um anos.
Após a sua mudança para os Estados Unidos, foi apresentada ao Transcendentalismo de Ralph Waldo Emerson e Henry David Thoreau, à experimentação formal de Ezra Pound e, em particular, ao trabalho de William Carlos Williams. Com a publicação do seu primeiro livro americano, Here and Now (1956), tornou-se uma voz importante da vanguarda americana. Os seus poemas dos anos cinquenta e sessenta trouxeram-lhe reconhecimento imediato e entusiasmado, não apenas de colegas como Creeley e Duncan, mas também de poetas de vanguarda de uma geração anterior, como Williams e Kenneth Rexroth.
Ao longo da sua vida, Denise Levertov preocupou-se profundamente com a justiça social e a acção política, desde os movimentos contra a guerra e a aniquilação nuclear, até à proteção do meio ambiente e o apoio a campanhas revolucionárias na América Central. Ela e o seu marido eram fortes críticos da Guerra do Vietname. Ajudou a fundar The Writers’ and Artists’ Protest against the War in Vietnam, editou uma antologia de poesia anti-guerra para a Draft Resisters League em 1967 e pediu acção política nas suas leituras de poesia e nas suas aulas na faculdade. O seu marido foi um dos cinco de Boston em julgamento por promover a resistência ao recrutamento em 1968. Foi vítima de abuso policial, foi presa e escreveu sobre as suas experiências tanto em poesia quanto em ensaios.
Ao todo, Denise Levertov publicou mais de vinte volumes de poesia e foi também a autora de quatro livros de prosa. De 1982 a 1993, lecionou na Universidade de Stanford.
Em 20 de dezembro de 1997, morreu de complicações do linfoma. Tinha setenta e quatro anos.