Descrição
“As tácticas habituais de desfilar, empunhar cartazes, e estabelecer zonas autónomas temporárias correm o risco de se tornarem substitutos reconfortantes para o sucesso efectivo. «Pelo menos fizemos alguma coisa» é o grito de guerra daqueles que privilegiam a auto-estima em vez da acção eficaz. O único critério de uma boa táctica é se ela permite um sucesso significativo ou não. Devemos acabar com a fetichização de modos particulares de acção. A política deve ser tratada como um conjunto de sistemas dinâmicos, dilacerados por conflitos, por adaptações e contra-adaptações, e por corridas armamentistas estratégicas. Isso significa que cada tipo individual de acção política se torna embotado e ineficaz ao longo do tempo, à medida que os outros lados se adaptam. Nenhum modo específico de acção política é historicamente inviolável. De facto, ao longo do tempo, há uma necessidade crescente de descartar tácticas familiares à medida que as forças e entidades contra as quais elas são mobilizadas aprendem a defender-se delas e a contra-atacá-las eficazmente. É em parte a incapacidade da esquerda contemporânea para o fazer que está perto do cerne do mal-estar contemporâneo.”