Agir, Escrever

20.00 

de Pierre Bergounioux,

prefácio: Catherine Malabou

tradução: Luís Lima

capa: Alessandro Grassi

paginação e grafismo: Paulo de Costa Domingos

Descrição

“Afastado da vida real e dos seus habitantes, o escritor europeu tende espontaneamente a negligenciar ou a desprezar os pontos de vista ligados a uma ocupação profissional. A sua posição retraída é acompanhada de uma compreensão abstracta dos factos que, na maioria dos casos, denuncia os limites ou a falsidade dos pensamentos que empresta às personagens. Este tipo de rejeição foi uma força crítica nas grandes obras do Iluminismo e não só. É a ironia cáustica de Voltaire, a obra devastadora de Flaubert, são as paródias atrozes de Beckett. Mas são também as fastidiosas considerações gerais de tantos romances escritos do alto, de longe, e que, em contrapartida, são renegados pela conduta razoável observada por aqueles que não escrevem, na esfera em que o destino os colocou. A grandeza de Descartes reside também no facto de ter reconhecido o discernimento do comum dos mortais que lhe havia sido negado pelos seus predecessores platónicos e peripatéticos, escolásticos e lógicos: «O bom senso é a coisa mais bem partilhada do mundo».”