Descrição
«Estranham se calhar o título: Ainda.
O meu primeiro livro de poemas data de 1961. Eu tinha 21 anos e a ideia de que poderia ser escritora para sempre. Sei que o para sempre não existe. Ainda menos com a poesia, matéria fugidia que escapa ao nosso desejo, feita de uma substância de que só nos apercebemos quando chegamos à palavra certa, a que se busca e nem sempre se encontra. Ainda, neste ano de 2024, significa que se mantém o desejo, e de algum modo o sentido do poético me encontrou e veio ter comigo, neste momento em que o planeta explode, e o nosso olhar tem de se virar para fora e não apenas para dentro, onde as palavras se escondem. Direi, como na Menina e Moça de Bernardim Ribeiro, que o livro “é o que vai escrito nele”. Ainda.»
Yvette K. Centeno