Sonetos da Casa Amarela

12.00 

de Tomaz de Figueiredo,

Editora: Douda Correria

Descrição

«Fumar, fumar! A tanto me resumo

A fumar e a fumar o tempo arrasto.

Que longe o mundo está, o mundo vasto!

Fumar, fumar! O meu bordão é fumo.

Ir para o Norte ou Sul? Perdi o rumo.

De tanto já sofrer me sinto gasto.

Dum fogo inapagável sou o pasto,

Sem que me mate, nele me consumo.

A tudo quanto sou eu digo adeus.

Adeus à Fé, à Esperança! Ao próprio Deus?

Se houvesse um Deus consentiria nisto?!

Ou será que o seu querer impenetrado,

para cumprir-se o nunca revelado,

me entregou maior cruz do que a de Cristo?»