por Antonio Gamoneda
A luz acaricia-me. Sinto
a sua língua sobre a minha pele.
O seu destino é cessar.
Assim
é também o meu costume:
ser
para não ser.
Assim
é o certo incerto:
o meu pranto
debaixo das tuas pálpebras,
a tua pulsação
debaixo da minha pele.
Imagem: Antonio Gamoneda