Descrição
As grandes descrições e narrativas de Ramalho Ortigão inventaram a moderna literatura portuguesa de viagens, emprestando-lhe cosmopolitismo, alegria e luxúria – e um picante de humor e ironia que só Ramalho pôde conhecer.
Condensando num só volume os dois tomos da edição original que reúne textos escritos entre 1867 e 1910, esta edição de Pela Terra Alheia percorre a Espanha, a Argentina, a França, a Alemanha e a Itália. São evidentes o apreço pelo detalhe, a notável ironia de Ramalho Ortigão, bem como o seu deslumbramento pelas cidades e paragens que visita. Simultaneamente romântico e cosmopolita — o autor de Praias de Portugal é um viajante culto e informado, desejoso da companhia do leitor; por isso, os seus textos são visuais, enaltecem a paisagem (descrevendo-a em pinceladas fortes), elogiam os costumes e os hábitos estranhos, constroem um ideal de civilização onde o homem é substituído pelo gentleman e a curiosidade é tão eterna como as paragens por onde nos leva, concebendo-se a si mesmo como «um risonho fantasma de pé leve».
O final é digno de uma grande ópera, à vista da Sicília, a súmula do espírito da civilização.