Descrição
Quando anunciou à mãe que estava grávida de uma menina, Karine, 35 anos, nascida numa família tacanha e disfuncional do Belenzinho, autora insatisfeita de guiões para cerimónias de prémios, hipocondríaca, ouviu esta frase: «Você nunca mais vai ficar sozinha.» Se a constatação lhe soa a promessa de felicidade eterna ou a condenação a uma prisão perpétua, varia consoante o dia e o exame marcado ao longo da sua rotina pré-natal. Num romance com altas doses de humor, neurose e cinismo, e uma prosa inteligente e cheia de humanidade, Karine vai conversando com a sua enfermeira preferida sobre traumas de infância, o medo do fim – da juventude, da liberdade, da individualidade -, solidão, prisão de ventre, o peso do corpo e das expectativas, a intensa relação com a mãe e o complexo, assustador e comovente caminho para a maternidade.