Descrição
«Este volume só reúne o que traduzi de poetas hispânicos. Creio que apenas uma coisa terão em comum, estes poetas: a ideia da destruição da linguagem não lhes é afim. Se nesse rasto nos recordarmos do que dizia Bataille, para quem «a poesia há-de ser o comentário da sua própria ausência de sentido», não me parece que nenhum destes poetas abraçasse tal dogma. Contudo, simultaneamente, já imagino surpreender a maior parte deles a assentirem ao que Andrés Sánchez Robayna anotou na pág. 44 dos seus diários: «A poesia é agora, para mim, um novo estado de consciência. Um estado ilegível. Porém um estado que provém da leitura paródica do ilegível. Por um momento, vejo, leio o ilegível. Não é decifrar um inimigo, mas sim vivê-lo.»