Descrição
Diz María Zambrano neste seu livro que o europeu «é o único homem que, vivendo numa religião, não se dispõe a servir de pasto aos deuses, nem sequer ao Deus que se sacrificou por ele. Pelo contrário, quis fundar a sua história, a sua própria criação, acima de tudo.» O resultado disso talvez seja precisamente esta agonia da Europa, por ela constatada desde finais da Segunda Guerra Mundial. «Desde há bastantes anos» – escreve a autora, logo na abertura do primeiro capítulo – «a afirmação é repetida: a Europa está em decadência. Mas agora já não parece necessário afirmar tal coisa. Muitas pessoas que nisso crêem referem-se ao caso com uma frase velada e um sorriso irónico, como que aludindo a um segredo já tão divulgado que até se torna mais elegante e misericordioso tentar encobri-lo…»
A Agonia da Europa é a sua explicação do que nos trouxe até à presente decadência. Uma análise, ao mesmo tempo, implacável e repleta de compaixão. Como ele própria diz: «É o tempo da dolorosa lucidez.»