Descrição
Francisco de Cremona, o muratore trazido de Itália em 1525 pelo embaixador de D. Manuel I no Vaticano, D. Miguel da Silva, deixou uma obra assinalável na Foz do Douro, no Porto.
O ambiente renascentista italiano em que trabalhou refletiu-se nela e em toda uma série de programas nortenhos que, até aos meados do século XVI, data provável da sua morte ou possível regresso a Itália, adotaram o seu modo. Alguns desses programas, aliás, poderão ter tido a sua participação, sobretudo a partir de 1540, data em que o seu patrono, então já bispo de Viseu, teve de regressar a Itália.
Manuel Luís, cuja atividade se inicia quando a de Cremona termina, pode ser considerado o seu sucessor: no início da carreira esteve sobretudo ativo no Porto, tendo sido muito marcado pela obra dos Ruão, do Diogo de Castilho inicial e pelo seu hedonismo decorativo; posteriormente, seria a figura decisiva na definição de uma arquitetura sacra reformada no noroeste de Portugal, tendo morrido em 1604 como arquiteto privativo do arcebispo de Braga D. Frei Agostinho de Jesus.