Descrição
Jules Renard (1864-1910), homem com uma vida curta de quarenta e seis anos, autor de um Diário de publicação póstuma que escorreu golfadas de lava devastadora (Jean d’Ormesson levá-lo-ia para a ilha deserta: «Não nos arriscaríamos ao tédio»); autor de Poil de Carotte e de Histoires Nouvelles, autir de L’Écornifleur (O Pendura), na sua época acusado de «insulto a tudo o que é honesto», história de fundos naturalistas enfeitados por um humor cruel, as efervescências que amolecem o coração humano desfeitas nos meandros de uma invenção verbal de singular acidez.
Setenta anos depois da sua morte, Jean Paulhan pôs num texto a frase que ele teria gostado de ler: «Exerceu na prosa a mesma espécie de atracção que Rimbaud e Mallarmé exerciam nos poetas.»