Uma Questão Privada

15.00 

de Beppe Fenoglio
Editora: Edições do Saguão
Edição: Setembro 2020

Descrição

«— Não percebes que dura há demasiado tempo?
Que nos habituámos a morrer e as raparigas se habituaram a ver-nos mortos?»

Beppe Fenoglio nasceu em Alba (Província de Cuneo), na região do Piemonte, em 1922. Em Setembro de 1943, após o armistício e a dissolução do exército (o Regio Esercito), regressa a Alba. Entra nas formações de partigiani da Brigata Garibaldi, primeiro, e depois nas Formazioni Autonome Militari (I e II Divisione Langhe). Contribuiu para a libertação provisória da cidade (1944), participando em algumas importantes batalhas, como as de Valdivilla e Montemagno (1945), e tendo — graças ao conhecimento da língua inglesa — um importante papel de intermediário entre os partigiani e as forças dos Aliados. Em 1949 tem início a sua colaboração com a editora Einaudi, nomeadamente com Elio Vittorini e Italo Calvino, que publica o seu primeiro volume de contos. Nos anos cinquenta do século XX, Fenoglio é também muito activo como tradutor, vertendo para italiano várias obras em língua inglesa, entre as quais se destacam as traduções de The Rime of the Ancient Mariner, de Samuel Taylor Coleridge (publicado em 1964), e a de The Wind in the Willows, de Kenneth Grahame (publicado em 1982). Em 1959 começa a trabalhar no que virá a ser o romance Una questione privata publicado postumamente. Morre em Turim a 17 de Fevereiro de 1963.

Sobre este romance Italo Calvino escreveu que: «O romance Uma questão privada é construído com a tensão geométrica de um romance de loucura amorosa e perseguição cavalheiresca como Orlando Furioso, e ao mesmo tempo é a Resistência tal como era, por dentro e por fora, verdadeira como jamais foi descrita, preservada durante tantos anos por memória fiel, e com todos os valores morais, tanto mais fortes quanto mais implícitos, e a comoção, e a fúria. É um livro de paisagens, e é um livro de figuras rápidas e vivas, um livro de palavras precisas e verdadeiras. É um livro absurdo, misterioso, no qual aquilo que se persegue, persegue-se para se perseguir outra coisa, e esta outra coisa por se perseguir outra ainda, e não se chega nunca ao verdadeiro porquê.»