Dulce Maria Loynaz

Dulce María Loynaz Muñoz (1902 – 1997) foi uma poetisa cubana, considerada uma das principais figuras da literatura cubana, tendo recebido o Prémio Miguel de Cervantes em 1992.

Filha do famoso general Enrique Loynaz del Castillo, herói do Exército da Libertação de Cuba, nasceu na cidade de Havana, numa família de grande sensibilidade artística e cultural e de profundo sentimento patriótico. Educada em casa, ela cresceu num ambiente familiar altamente propício à poesia.

Apesar de sua infância resguardada, teve um início de vida adulta aventureiro, incluindo experiências disponíveis à época apenas para mulheres privilegiadas. Publicou uma série de poemas na sua adolescência e nos anos vinte. Completou o doutorado em Direito Civil na Universidade de Havana em 1927, mas raramente exerceu a advocacia. Além disso, os seus talentos e a posição social de sua família colocaram-na em contato pessoal com alguns dos principais autores de língua espanhola do século.

Publicou os seus primeiros poemas em La Nación, em 1920. Nessa época, viajou muito. Começou a escrever “Jardin” em 1928, um ano depois de obter o título de Doutora em Direito pela Universidade de Havana, e conclui o romance em 1935, logo após as mulheres cubanas obterem o direito de voto. Durante essas primeiras décadas do século XX, época de grande atividade feminista, floresceu em Cuba um movimento de mulheres dinâmico e eficaz e os direitos das mulheres passaram a fazer parte da consciência política cubana.

Em 1959, ano em que a revolução triunfou, ela voluntariamente parou de escrever e publicar em Cuba. Embora o seu trabalho tenha sido caracterizado por vários dos seus amigos como uma vocação privada, é possível que o total desaparecimento do mundo social que o fomentou a tenha silenciado.

Depois de anos de silêncio e não-reconhecimento, em 1992, uma geração mais jovem de poetas e artistas cubanos em busca de uma linguagem mais fresca, não contaminada por afirmações ideológicas e em busca de negligenciados textos literários por mulheres e autenticidade pessoal, voltou-se avidamente para Loynaz e descobriu no seu trabalho uma sensibilidade sugestiva e apaixonada.

Dulce María Loynaz morreu em 1997 e foi enterrada no Cemitério Colón, em Havana.

“Ainda há uma diferença entre nós. Tens uma ternura tornada em cansaço, e eu um cansaço tornado terno.”